terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Divagando

Estava pensando no equilibrio mais cedo. Felizmente descobri que estou saindo da minha fase perturbada e entrando numa bem mais tranquila. Equilibrada. Isso é bom. Minha cabeça já não dói mais, ou dói muito menos. Ando mais leve, descontraída, mesmo que de vez em quando ainda bata algum desepero momentâneo. Acho, no entanto, que esse desespero é normal e até saudável de vez em quando. Nos mantém em movimento, o que é sempre bom.

Se alguém me perguntasse hoje, diria que estou mais feliz do que triste.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Às vezes eu fico triste

mas nunca é por muito tempo...

... por que aí vem o meu irmão e cozinha uma panela de cachorro quente pra gente comer vendo tv.
... por que aí eu saio com uma amiga me faz dar risadas com suas histórias.
... por que minha irmã chega cheia de coisas novas pra me mostrar e contar.
... por que mesmo que eu não passe horas me arrumando meu namorado sempre me diz quando eu chego como eu estou bonita.
... por que nessas horas eu nem me lembro mais por que eu estava triste.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Enxaqueca

Hoje a minha cabeça dói. Ela dói desde sexta feira. Muito mesmo. Pensei que era TPM, pensei que era ressaca, pensei ainda que era sinusite. Minha irmã, que é médica, me fez um monte de perguntas e disse que é enxaqueca. Lembrei da minha mãe, que sempre tinha enxaqueca quando eu era pequena.

Comecei a pensar e vi qie cada dia que passa me percebo mais adulta. Quando eu era pequena achava que a maior diferença de adulto e criança é que adulto podia fumar e beber. Eu achava a coisa mais linda do mundo fumar cigarro. Quando eu era criança as mulheres ainda fumavam muito em novela e no cinema. Beber era menos legal, mas era legal também.

Um pouco depois descobri que tinha criança da minha idade que fumava e bebia. Aí comecei a achar que adulto era legal por que podia namorar e dirigir. Qual não foi a minha surpresa em saber que outras crianças também faziam isso. Tava começando a ficar chato. Tudo que adulto fazia criança fazia igual. Eu sempre quis ser adulta, mas parecia que todo mundo tinha passado na minha frente.

Deixei de pensar um pouco nisso. E acho que foi aí que comecei a ficar mais adulta e menos criança. Não na primeira vez que tomei um porre, mas na primeira vez que juntei a minha mesada pra comprar continhas e vender as bijuterias que antes eu só fazia pra mim. Ou então no momento que eu decidi enfrentar os olhares tortos de um colégio que não assumia, mas era extremamente conservador, e fazer vestibular para Artes Plásticas.

Ou, ainda quando estudava, resolvi que não queria mais ser artista, queria seguir a carreira de designer, completamente nova e desconhecida na minha época, e até hoje sem reconhecimento legal. Pode ter sido na hora que quis trabalhar para ganhar o meu próprio dinheiro e fui carinhosamente apelidada por meu pai de "minha filhinha proletária", pois consegui um trabalho de carteira assinada onde batia ponto e voltava pra casa as 11h da noite de ônibus.

Durante todo esse tempo não parei pra pensar sobre as coisas que fazia, apenas ia fazendo. Hoje, depois de tudo isso, me percebo com enxaqueca, doença de mãe (pelo menos da minha), e me pergunto quando foi que eu virei adulta e deixei de ser criança. Ou se estou preparada pra isso...