sábado, 28 de julho de 2012

Café em Copa I

Duas coroas sentadas em um cefá em Copacabana. Vamos convencionar logo no início que por coroa, hoje em dia, entende-se senhoras de cerca de sessenta anos. Bem, estavam as duas sentadas numa das mesas da calçada do café.


Voltando ao início, duas coras em forma, como é comum se ver aqui pelas ruas do Rio, com lipos e liftings de qualidade. Uma delas vestia uma calça de brim branca, justa no quadril, camisa de botões levemente transparente folgadinha, chapéu panamá e um óculos escuros estio Jackie O. A bolsa era um escândalo, estampa exclusiva de alguma grife carioca, com certeza. Saltos altíssimos de cobra amarela, naquele estilo pesadão da moda.

A outra com uma calça de um linho de dois fios, um claro e um escuro para dar aquele tom bege neutro, batinha branca também com uma certa transparência bordada na gola e nas mangas, um cinto marcante preto, sapatos purpurinados ouro velho, uma bolsa bem grande preta, Ray-Ban de acetato de tartaruga clássico e um fedora de palha trançado à perfeição.

Estavam sentadas uma de frente para a outra, uma tomava um capuccino e a outra um expresso. Munidas de seus iphones com capas vermelho alaranjadas idênticas trabalhavam os dedos impacientemente. Terminaram seus cafés e levantaram. Uma entrou para pagar a conta enquanto a outra esperava olhando as revistas na banca. A primeira pagou a conta, saiu e elas foram embora.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Metalinguagem

Se eu fosse escrever um livro, sobre o que eu escreveria?


Já pensei em fazer um livro de culinária contando minhas experiências na cozinha e passando os conhecimentos culinários da minha família.

Já pensei também em um livro guia para mulheres que querem ser independentes de homens naquelas tarefas domésticas diárias em que muitas acham que eles são necessários.

Um livro sobre minha maneira de ver o design e a toda linguagem e comunicação que está inserida nele e que ninguém para pra perceber.

Talvez um livro sobre as histórias que eu já presenciei, já ouvi falar ou já sonhei.

Então, eu vi ontem o filme de Walter Salles, "Na Estrada". Nunca li o livro que deu origem ao filme, mas estou curiosa para ler. Metalinguagem. Um livro sobre o processo de construção de um livro. E no processo, todas as experiências que o autor passou para libertar a sua criatividade. A idéia em si é bem interessante, independente da história ser datada, ou clichê ou desinteressante, como dizem algumas críticas que eu li por aí.

Mesmo ouvindo muitas pessoas falarem mal, eu quero ler o livro, como quis ver o filme. Sou uma pessoa condescendente. Sempre procuro ver o ponto de vista dos outros para tentar entender suas ações, suas motivações. Na verdade, sou curiosa, eu quero saber o porquê das coisas e, consequentemente, das pessoas.

Taí outro tema que eu posso desenvolver num livro...