terça-feira, 31 de maio de 2016

Eu sempre me lembro como você bagunçava tudo na hora de dormir. Como conseguia deitar no meio da cama e ocupar todo o espaço. E eu nunca brigava sério com você por isso. Ainda bem que a nossa cama é grande. Eu me lembro de como eu te abraçava e passava o meu braço por baixo do seu. E de como ficávamos juntinhos pra Nina não entrar no meio, mas ela sempre dava um jeito... Eu lembro do seu ronco suave que embalava meu sono, e dos mais fortes que as vezes me acordavam. E de como eu fazia eles passarem com carinho. E eu lembro que você roubava meu cobertor, meu travesseiro e sempre parecia se divertir com isso. E depois fingia dormir e segurava bem forte pra eu não pegar de volta. Quantas vezes eu precisei levantar pra procurar outra coberta. Eu lembro como você acordava com frio e me pedia pra te esquentar com a barriga quente. Às vezes você reclamava que eu acordava quente demais. E eu te abraçava e te esquentava, que nem naquele filme. E quando você já estava bem quentinho de novo eu levantava. E eu voltava pra dar tchau umas três vezes antes de sair pq deixar você sempre foi a parte mais difícil de sair da cama.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

A pior saudade é aquela do que não aconteceu. Pq uma boa lembrança sempre traz bons sentimentos junto, e isso é muito gostoso. Pensar no passado não é ruim, não faz mal, até revigora, dá gás pra seguir em frente. Mas existe essa saudade do que a gente não fez e essa dói.

Planejar é sonhar acordado e sonhar é bom. Quando a gente concretiza um plano então é ainda melhor. Pq melhor que sonhar é viver o sonho na vida real. E gente planeja, pensa no futuro, é natural.

Aí a vida acontece. Pq a vida está sempre pregando peças na gente. Seria bom se pudéssemos sempre viver de acordo com os nossos sonhos, mas não dá. A vida acontece e vira tudo de cabeça pra baixo. E a vida que a gente planejou já não é possível. O sonho que a gente sonhou vai ficar na memória, mas só isso. Por isso essa saudade do que a gente não viveu dói tanto, pq a gente cria expectativa, vive e revive o sonho. E gente não sonha só, não planeja só, não vive só. A gente escolhe nossos pares, pessoas que combinam com a gente e dividem os nosso sonhos. Pq não tem graça sonhar sozinho. E vem a peça da vida pra bagunçar, pra acabar com o futuro que a gente planejou. E a gente eventualmente cria novos sonhos, novos planos, mas eles não apagam os que vieram antes. Esses vão estar sempre ali, pq foram uma possibilidade um dia. E a dor vem com a lembrança do que podia ter sido e não foi.