segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

E chega o fim do ano. Mais um que acaba, mais outro que começa. E a gente faz um balanço do que foi bom, do que foi ruim, do que podemos levar e do que devemos deixar pra trás. Um ano pode ser um período longo e parecer que durou muito mais tempo, mas ele sempre acaba.

E com o fim do ano chega o novo ano, novas promessas, novas esperanças. Pq nós precisamos de esperança pra seguir em frente. E quando a gente volta pro ano que passou descobre que mesmo as piores experiências podem trazer algum aprendizado. Que buscar sentido na vida não faz muito sentido, mas que nunca deixaremos de fazer isso. Que a felicidade está nos detalhes e depende muito mais da gente do que de todo o resto. Que as boas surpresas acontecem quando a gente menos espera.

E a gente torce para que no próximo ano tudo melhore. A gente torce para que tudo corra bem. Que a gente seja melhor. Que o mundo seja melhor. E mesmo sabendo que nem tudo vai sair conforme o planejado, que junto com as novas esperanças chegam também os novos desafios, a partir da semana que vem teremos mais 365 chances de fazer tudo dar certo.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Amigos

Eles estão ali quando você precisa e quando você não precisa também. Pq ser amigo é isso, é estar lá mesmo estando longe. É acompanhar numa festa bacana ou num programa de índio. É receber aquela ligação de madrugada e conseguir manter a calma. É dar amor sem esperar nada em troca. É dar o ombro quando é preciso e dar a bronca quando é necessário. É cuidar. É poder aparecer a hora que for e ser sempre bem vindo. É ouvir uma piada sem noção e fingir que não ouviu. É fazer o outro se sentir bem mesmo quando não está nada bem. É dizer aquilo que salva o dia do outro sem nem saber que fez isso. É pensar no outro só pq você se importa. É abrir mão de coisas legais pra poder dar apoio em horas não muito legais e não se ressentir por isso. É não só aceitar, mas valorizar as diferenças. É dar valor a cada uma dessas coisas e muitas outras.

Em alguns momentos você precisa mais deles. Você sabe que nada daria certo se eles não estivessem ali. Você sabe que não existiria se eles não existissem também. Você descobre com quais pode contar e fica feliz por isso. Você descobre que alguns simplesmente não são o que você pensava que eles fossem e isso é devastador. Mas você aprende muito numa situação de necessidade. Muitas vezes você só percebe a importância deles quando o turbilhão já passou. As vezes você briga com eles mesmo quando eles só querem te ajudar. Nem sempre você pede desculpas por isso, mas não tem problema.

Eu tenho muito poucos desta espécie na minha vida, mas posso dizer também que tenho os melhores. Eu consegui nesses anos fazer uma coleção incrível. Tenho alguns muito novos, outros muito antigos. Todos peças raras das quais eu não abro mão. Sem eles eu não teria chegado onde estou hoje.

O fim de ano traz reflexões, a gente já incorporou a tradição dos fins e recomeços, da criação de novos ciclos. O ano começou difícil e está terminando difícil também e em todo esse tempo eu não estive sozinha. Nesse momento eu percebo o tamanho da gratidão que eu tenho por vocês. Vocês com certeza se reconheceram aqui, eu não preciso citar nomes. Então o que eu queria dizer pra vocês nesse momento é isso: obrigada!

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Esse eu escrevi no fim de semana e nem sabia que a vida ia me pregar mais uma peça. Hoje, relendo, percebi o quanto se encaixa em toda essa loucura que tem sido o ultimo ano. Um começo incerto mas cheio de esperanças. Um acontecimento abrupto e cruel, que testou todos os limites da minha sanidade. Uma recuperação com altos e baixos, ora tranquila ora desvairada. Uma casca forte que escondeu uma fragilidade quase infantil. Dois anjos que fizeram com que continuar fosse mais que uma obrigação, fosse um dever. E um final que relembra e reforça como o destino nunca é condescendente.
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Difícil seguir em frente. É sempre difícil deixar pra trás o que agente conhece e experimentar o novo de novo. A gente faz, a gente gosta, mas que é difícil, isso é.

A primeira vez que eu me lembro de deixar tudo para trás por uma vida nova foi há muito tempo. Não foi bem uma escolha, mais uma imposição, mas não são todas as mudanças imposições? Aquela história de não mexer em time que está ganhando é tão verdade. Ninguém muda jogo ganho, é loucura! Até a hora que perde, mas aí já ganhou muito daquele jeito e está na hora de mudar.

As imposições que a gente sofre na vida são muitas. Usa mesmo o termo sofrer imposição? Eu acho que sim, pq uma imposição é quase sempre um sofrimento. O maior problema está na falta da escolha, livre arbítrio. A gente sempre se acha muito dono da nossa vida, do nosso nariz, até que vem uma coisa que não tem controle e pra mim isso é uma imposição. Pode ser do destino, pra quem acredita em destino.

Eu sempre gostei de ter liberdade. Na verdade, a possibilidade de fazer qualquer coisa que se queira pode ser assustadora, mas muitas vezes é o que nos mantém no caminho. Quando você sabe que pode fazer o que quiser mas escolhe fazer de uma determinada maneira, parece tão certo que não dá vontade de mudar. Não existe aquela síndrome da obrigação onde somos impelidos a fazer o que querem que a gente faça mas ficamos secretamente sonhando com a vida que queríamos ter. É lindo viver um sonho.

Eu me considero uma caçadora de sonhos. Diariamente eu busco por coisas que me movam na vida. É muito difícil encontrar pq sonhos não nasceram para serem vividos sozinhos. Sonho só funciona quando é compartilhado. Na verdade encontrar os sonhos não é a parte mais complicada, o pulo do gato está em encontrar um sonho possível, ou melhor, pessoas que possam dividir sonhos com você.

Um sonho pode ser uma amizade, uma oportunidade de trabalho, uma nova ideia ou um amor. Um sonho pode durar uma noite ou uma vida. Pode acabar pq acaba, pq cada um ou um dos dois quis viver outros sonhos, pq já não combina com momento, ficou defasado ou deixou de ser sonho. Pode durar pra sempre também. Pra sempre da vida de alguém ou um pra sempre ainda maior.

Mas antes de tudo vem aquela decisão que você finge que foi sua, mas foi imposta, de seguir a diante. E você pensa que vai ser fácil, descobre que vai ser difícil e chega a conclusão que é impossível. Então, como num passe de mágicas, a vida anda e quando você vê já está vivendo um novo sonho.

sábado, 3 de dezembro de 2016

Existe um mundo em cada cabeça e nele cada um cria o que quiser. É um mundo particular, fantástico, muitas vezes distorcido. Nesse mundo cada um vê a sua vida de um jeito. Sempre que penso nisso lembro das minhas primeiras aulas de desenho e das lições de como a nossa posição diante das coisas muda a nossa maneira de vê-las. Ponto de vista, baby, perspectiva. Funciona muito bem na parte prática da visão física dos objetos e funciona também na aplicação subjetiva da vida, de uma maneira geral.

Eu só tenho como saber da perspectiva da minha mente e do que ela cria. Eu vivo num mundo louco onde as coisas não são, estão. Num mundo presente onde o passado assombra e o futuro amedronta. Um mundo lindo, gostoso e assustador. Viver o momento é um desafio diário. Um desafio pra quem cria dramas sem sentido por não saber conviver com os dramas reais.

Eu vivo por impulso, fazendo a cada momento o que eu tenho vontade. Isso as vezes é bom e as vezes é ruim. Traz muitos benefícios pq não existe um momento desperdiçado, experimentar a vida sem pensar nas consequências é sempre bom. A parte ruim é que existem consequências e elas vem te mostrar que quem faz o que quer precisa arcar com elas. Mas eu sou tarimbada nessa de arcar com as consequências então continuo absorvendo o mundo como se não houvesse amanhã.

Viver como se não houvesse amanhã. Isso eu aprendi de uma forma especial. Aprendi também que é uma loucura linda. Que pode levar a fins trágicos. Mas que vale a pena. Pq vida a gente só tem uma. E se começar a pensar demais, a gente não faz nada, não vive. E os fins acontecem, tendo a gente aproveitado a vida ou não.