É sabido que os baianos superam muitas adversidades para morar numa cidade como Salvador. Para desfrutar das belezas naturais dessa terra precisamos lidar diariamente com diversos problemas sociais. Um desses problemas é a indra-estrutura precária que a nossa cidade possui.
Esse assunto me ocorreu essa semana. Já de volta das férias, no meu primeiro dia de trabalho, precisei andar um bom pedaço embaixo do nosso luminosíssimo sol de meio dia (tirando Fortaleza, ainda não vi um sol mais brilhante e iluminador cmo na Bahia)por uma calçada soteropolitana. Os engenheiros baianos que me desculpem, mas não se sabe fazer calçadas em Salvador.
Eu gosto de usar saltos. Gosto de verdade, acho que toda mulher fica mais bonita e elegante com um salto alto. As calçadas de Salvador, no entanto, não foram feitas para serem usadas por mulheres elegantes, é um fato.
Que tal usar um básico scarpin salto 7 numa calçada de pedras portuguesas da orla? Um desastre, posso dizer com experiência. Isso quando a calçada está com a manutenção em dia, por que muitas vezes os buracos tornam uma caminhada até um ponto de ônibus extremamente perigosa.
Se engana quem pensa que salto mais largos ou plataformas atenuam o problema. As irregularidades das lindas pedras portuguesas tornam qualquer andadinha em cima de uma plataforma algo como uma prova das antigas "Olimpíadas do Faustão", com direito as "Vídeo Cassetadas" no final.
Antes esse fosse o nosso único problema. Na verdade, esse é um dos mais fáceis de resolver. Alguns anos de prática aguçam o nosso equilíbrio surpreendentemente. Melhor do que qualquer coach de passarela do "America Next Top Model". O maior problema aqui, e nesse ponto que eu acho que nossos engenheiros são culpados, é que nenhuma calçada, pelo menos das novas pelas quais eu passei ultimamente, tem nível. Isso mesmo, todas são levemente enladeiradas para o meio da pista. Levemente é modo de dizer, na Manoel Dias eu realmente acho que vou acabar rolando nas enormes rampas que chamam de calçada. Alphaville, novo bairro nobre, sofre do mesmo problema. E quase todas as outras calçadas que eu conheço.
Bem, tentar se equilibrar no salto, em pedras portuguesas, numa calçada torta, é um desafio e tanto para qualquer mulher boa de salto. Quando eu vou e volto pela mesma calçada, menos mal. Na ida uma perna se acaba de doer, na volta ela descansa e a outra fica doendo. No final as duas doem igual. Mas quando a gente só vai ou só volta, é um pouco pior.
Me perguntaram um dia desses o que eu mais senti diferença (e vou sentir falta) nessa viagem que eu fiz. Eu pensei, mas não cheguei a dizer: das calçadas retas onde eu posso usar a vontade meus sapatos lindíssimos sem acabar com o salto, com as minhas pernas e sem correr risco de vida. Por isso lá fora eles tem mulheres elegantes.
Um comentário:
O verdadeiro motivo para o não às pedras portuguesas: http://monologosnamadrugada.blogspot.com/search?q=pedras+portuguesas
Sem desmerecer os seus, lógico!
Beijos
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