sábado, 29 de julho de 2017

O medo te move ou te paralisa?

Você já parou pra pensar em tudo o que você faz ou deixa de fazer na vida por medo?

Hoje eu li dois textos, um sobre como o ser humano é condicionado a sentir medo através dos estímulos que recebe - e como isso é uma resposta instintiva e inconsciente, e outro sobre o medo social, aquele que te impede de agir como gostaria e te faz perder oportunidades.

Aí esse assunto ficou martelando na minha cabeça e então eu lembrei dessa frase, o titulo do texto, que eu escrevi há um tempo num arroubo de filosofia facebooquiana. Medo é algo natural, do simples receio ao pânico, mas alguma coisa na maneira como estamos nos comportando nos tem deixado cada vez mais sensíveis a ele. E o pior, àquele medo irracional de algo que não se sabe o que é e que ainda assim paralisa a sua vida. É um mal da vida moderna, dizem, e isso me assusta.

Eu vejo as pessoas envelhecendo e aumentando a sua coleção de medos, tendo medo por si e pelos outros e me esforço todos os dias para não entrar para este grupo. De alguma maneira nós associamos ser destemido com ser jovem. Outra coisa curiosa é que nós também usamos o medo para educar as crianças. Acho que daí vem essa ligação entre juventude e medo, quando uma pessoa passa a conhecer o mundo começa a ter medos e amadurece. Não que eu concorde com isso, mas acho que essa é uma visão possível.

Não existe como fazer essas analises e paralelos sem pensar na própria vida. Eu tive uma criação bem complexa, o que foi muito bom e rico. De um lado o cultivo do medo do que os outros vão pensar, do que não se pode fazer por causa disso e mais a série especial para meninas de como uma mocinha deve se comportar. Por outro lado uma liberdade incrível de tomar decisões baseadas na minha capacidade intelectual - e isso desde muito cedo mesmo - além do lema que eu aprendi provavelmente antes ainda de começar a escrever e uso como guia na minha vida: "Se você quer pode. Se não quer, não pode. Agora, sempre enfrente as consequências dos seus atos".

De alguma maneira eu fui ensinada refletir sobre o medo e não aceita-lo prontamente, mas não sei explicar como. O que não quer dizer de maneira nenhuma que eu não o sinta, pelo contrário, minha geração foi criada para sentir o medo social do julgamento alheio e isso não tem como sair da gente. A diferença que talvez possa ser apontada é a maneira como a mim esse medo não paralisa, move. Como esse medo horroroso que as vezes se apodera da gente vira, de repente, um desafio. Como ao invés de deixar de fazer as coisas por medo, a atitude é exatamente oposta e o medo vira o motivo pelo qual as coisas são feitas, meio que pra ver no que aquilo vai dar. Uma maneira de testar os próprios limites e, quem sabe, conseguir um pouco de adrenalina. Falando assim até parece um pouco doentio e vai ver que as vezes é. Algo do tipo "caçadores de emoções". 

O que parece ser uma pessoa destemida, no final, é aquela pessoa que enfrenta os medos de maneira racional. Não é a loucura de se colocar em situações de perigo, não podemos nos confundir. Não sei se isso nasce com a gente, se isso é ensinado na nossa criação ou se vem das experiências que vamos colecionando na nossa vida. Talvez um pouco dos três. O que eu sei é que sentir medo é normal, o que fazemos com isso é que é a chave da questão. 

E pra você, o medo te move ou te paralisa?

sábado, 1 de julho de 2017

vale pensar
sempre
na diferença
entre
incentivo e cobrança

pras crianças
e
sobretudo
pros adultos

você é quem
incentiva
ou quem
cobra?

para.
pensa.

incentivo poder ser bom
cobrança não

e a linha que divide os dois é muito tênue