terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Divagando

Estava pensando no equilibrio mais cedo. Felizmente descobri que estou saindo da minha fase perturbada e entrando numa bem mais tranquila. Equilibrada. Isso é bom. Minha cabeça já não dói mais, ou dói muito menos. Ando mais leve, descontraída, mesmo que de vez em quando ainda bata algum desepero momentâneo. Acho, no entanto, que esse desespero é normal e até saudável de vez em quando. Nos mantém em movimento, o que é sempre bom.

Se alguém me perguntasse hoje, diria que estou mais feliz do que triste.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Às vezes eu fico triste

mas nunca é por muito tempo...

... por que aí vem o meu irmão e cozinha uma panela de cachorro quente pra gente comer vendo tv.
... por que aí eu saio com uma amiga me faz dar risadas com suas histórias.
... por que minha irmã chega cheia de coisas novas pra me mostrar e contar.
... por que mesmo que eu não passe horas me arrumando meu namorado sempre me diz quando eu chego como eu estou bonita.
... por que nessas horas eu nem me lembro mais por que eu estava triste.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Enxaqueca

Hoje a minha cabeça dói. Ela dói desde sexta feira. Muito mesmo. Pensei que era TPM, pensei que era ressaca, pensei ainda que era sinusite. Minha irmã, que é médica, me fez um monte de perguntas e disse que é enxaqueca. Lembrei da minha mãe, que sempre tinha enxaqueca quando eu era pequena.

Comecei a pensar e vi qie cada dia que passa me percebo mais adulta. Quando eu era pequena achava que a maior diferença de adulto e criança é que adulto podia fumar e beber. Eu achava a coisa mais linda do mundo fumar cigarro. Quando eu era criança as mulheres ainda fumavam muito em novela e no cinema. Beber era menos legal, mas era legal também.

Um pouco depois descobri que tinha criança da minha idade que fumava e bebia. Aí comecei a achar que adulto era legal por que podia namorar e dirigir. Qual não foi a minha surpresa em saber que outras crianças também faziam isso. Tava começando a ficar chato. Tudo que adulto fazia criança fazia igual. Eu sempre quis ser adulta, mas parecia que todo mundo tinha passado na minha frente.

Deixei de pensar um pouco nisso. E acho que foi aí que comecei a ficar mais adulta e menos criança. Não na primeira vez que tomei um porre, mas na primeira vez que juntei a minha mesada pra comprar continhas e vender as bijuterias que antes eu só fazia pra mim. Ou então no momento que eu decidi enfrentar os olhares tortos de um colégio que não assumia, mas era extremamente conservador, e fazer vestibular para Artes Plásticas.

Ou, ainda quando estudava, resolvi que não queria mais ser artista, queria seguir a carreira de designer, completamente nova e desconhecida na minha época, e até hoje sem reconhecimento legal. Pode ter sido na hora que quis trabalhar para ganhar o meu próprio dinheiro e fui carinhosamente apelidada por meu pai de "minha filhinha proletária", pois consegui um trabalho de carteira assinada onde batia ponto e voltava pra casa as 11h da noite de ônibus.

Durante todo esse tempo não parei pra pensar sobre as coisas que fazia, apenas ia fazendo. Hoje, depois de tudo isso, me percebo com enxaqueca, doença de mãe (pelo menos da minha), e me pergunto quando foi que eu virei adulta e deixei de ser criança. Ou se estou preparada pra isso...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

De onde eu venho

De onde eu venho as coisas são simples. O preto é preto e o branco é branco, mas temos todos os tipos de cinza. De onde eu venho as coisas são claras, o céu é azul quando faz sol, cinza quando chove e preto cheio de pontinhos brilhantes quando cai a noite. As árvores fazem um barulhinho gostoso quando venta, a gente ouve os grilos e os sapos. De onde eu venho os dias são quentes e as noites são frescas. De onde eu venho as árvores dão flores e frutos, goiabas no verão, tangerinas no inverno. De onde eu venho os portões estão sempre abertos pra quem tem bom coração. As crianças sobem nas árvores, andam de bicicleta e fazem piqueniques. Os cães andam soltos e atendem por vários nomes, passam dias peregrinando pelo mundo mas sempre voltam pra casa. De onde eu venho há histórias de terror, histórias de amor, conversas e piadas. De onde eu venho também tem inverno, frio, com chuva de gelo e geada. De onde eu venho os irmãos são amigos e os amigos são irmãos. De onde eu venho tem medo as vezes, mas medo de criança, medo de quadro que olha pra gente, de sala grande e escura, de vento fazendo barulho na porta, de sombra de bicho que anda de noite, de coisas que não fazem tanto medo... De onde eu venho tem vida, uma vida diferente, cheia de coisas doces, mornas, coisas de infância.
...

De onde eu venho o sol brilha o ano quase todo. O tempo nunca é muito quente ou muito frio. De onde eu venho dá pra ver o mar de quase qualquer lugar onde você esteja. E o mar brilha feito purpurina. De onde eu venho o ar tem cheiro de sal e conforta qualquer mal estar. De onde eu venho o mar é quente e lava a alma. De onde eu venho tem família, tem amigos e tem amores. De onde eu venho a vida é muito diferente, as vezes melhor, as vezes pior. De onde eu venho tem lembranças, muitas vezes mais do que gostaríamos de ter. De onde eu venho os sotaques são fortes e diversos, as pessoas são bem humoradas e gostam de uma boa conversa. De onde eu venho tem música, tem dança e tem movimento. Tem comida com dendê e com pimenta, comida que traz conforto. De onde eu venho tem um cartão postal em cada esquina e uma igreja pra cada dia do ano. De onde eu venho também chove, chuva quente e forte de fim de verão. Pq de onde eu venho não tem só coisa boa, mas tem tanta coisa boa que as vezes a gente esquece de todo o resto.
...

Eu venho de vários lugares e trago o melhor de cada um deles comigo sempre. Não os suvenires de viagens que a gente carrega na mochila, mas as lembranças que a gente leva na alma. As pessoas que a gente carrega pra vida. Os diversos tons de azul do céu, que mudam em cada coordenada. O gosto de chuva de cada lugar. Os abraços e beijos. Livros, musicas e filmes. As decepções que fazem a gente crescer. E os amores que fazem a gente seguir em frente.






quinta-feira, 20 de novembro de 2008

3x4

Tentei, tentei e tentei. Não saiu nada. Estou ouvindo essa música o dia todo. Achei que podia ser ela então.

"Diga a verdade
Ao menos uma vez na vida
Você se apaixonou
Pelos meus erros...

Não fique pela metade
Vá em frente, minha amiga
Destrua a razão
Desse beco sem saída...

Diga a verdade
Ponha o dedo na ferida
Você se apaixonou
Pelos meus erros...

E eu perdi as chaves
Mas que cabeça a minha
Agora vai ter que ser
Para toda a vida...

Somos o que há de melhor!
Somos o que dá pra fazer...
O que não dá pra evitar
E não se pode escolher...

Se eu tivesse a força
Que você pensa
Que eu tenho,
Eu gravaria no metal
Da minha pele
O teu desenho...

Feitos um pro outro
Feitos pra durar!
Uma luz que não produz
Sombra!

Somos o que há de melhor!
Somos o que dá prá fazer...
O que não dá pra evitar
E não se pode esconder..."

-Engenheiros do Hawai

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Sem Paciência

Às vezes eu acho que espero demais das pessoas. De todas as pessoas mesmo. Dos meus pais, dos meus irmãos, dos meus amigos, do pessoal do trabalho, dos atendentes de lojas, motoristas de ônibus, frentistas... Eu espero que as pessoas sejam mais solicitas, mais simpáticas, mais atenciosas, enfim, mais!

Infelizmente nem sempre as pessoas tem tempo de pensar nos outros, quando resolvem pensar em si mesmas. E isso faz parte de vida. Talvez eu seja assim em alguns momentos também, apesar de tentar evitar esse tipo de comportamento.

Hoje eu estou sem paciência para as pessoas que cultivam o egoísmo como hobby. Entedam como egoísmo nem tanto o comportamento mesquinho, mas a mania que as pessoas tem de não levantar o olhar do prórpio umbigo pra ver o que está em volta.

Acho que hoje vou focar no meu próprio umbigo e deixar que os outros desfilem em torno de mim tentando chamar a minha atenção. E se alguém me chamar, finjo que não escuto.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Tem gente que olha, mas não vê...

Tinha uma série de comerciais de tv que usava essa frase como slogan. Tava lembrando dela nesses ultimos dias... Apesar de eu gostar de olhar tudo meticulosamente, muitas coisas ainda passam despercebidas.

Cheguei a conclusão que o meu problema não é a percepção, mas a memória. Na verdade, a atenção. Em compensação, quando resolvo prestar atenção de verdade em alguma coisa não costumo esquecer mais. Difícil mesmo é focar. Algumas coisas despertam mais interesse do que outras.

Essa dificuldade de concentração já me causou alguns problemas. O maior problema, no entanto, é querer fazer tudo ao mesmo tempo, pelo menos pensar em tudo ao mesmo tempo. A cabeça fervilha de idéias fantásticas, mas nenhuma acaba recebendo a atenção devida. Meu irmão diz que eu sou meio autista, que eu não consigo fazer duas coisas ao mesmo tempo. O que acontece de verdade mesmo é que eu não consigo fazer duzentas coisas ao mesmo tempo, mas eu tento o tempo inteiro.

Outra coisa é a mania de procurar novidade. Isso as vezes tira a atenção de coisas simples por que a gente sempre pensa que as coisas novas serão extraordinárias. Na maior parte das vezes, as melhores são as mais discretas. Tenho que me lembrar mais disso. Sempre que uso essa teoria acabo encontrando coisas incríveis.

Já treinei meu cérebro e meus olhos para ver tudo com o que chamam de "olhar de novidade". Isso é bom, é um passo. Ver o que está ao meu redor como se fosse a primeira vez, experimentando novos ângulos e sensações é o que me impede de enlouquecer por viver tanto tempo no mesmo lugar.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O Belo

Desde pequena a minha percepção gira em torno da beleza. Não era uma coisa que eu percebia quando era criança, mas percebo hoje quando volto nos acontecimentos da minha infância. Acho que foi por isso que enveredei pela profissão de designer, onde a beleza é fundamental - apesar de existirem diversas correntes que discordem dessa afirmação.

Vinicius já dizia: "Que me desculpem as feias, mas beleza e fundamental".

Não só concordo, como aplico essa afirmação dele para qualquer coisa, pessoa ou lugar. Existe algo melhor do que estar cercado por coisas ou pessoas bonitas? Estar em um lugar bonito, ouvir uma musica bonita?

Aí chegamos em outro ponto mais profundo e complicado: quem define o que é belo? Essa é difícil, hein? Nem tanto. A beleza é uma experiência pessoal, cada um tem a sua própria percepção do belo. É esse tipo de característica que nos torna indivíduos. E é assim que eu cito outra frase que me acompanha:

"Belo é o que apraz pelo gosto", escreveu Kant, filósofo alemão.

O que eu mais gosto dessa frase é a conexão que ele faz entre beleza e prazer. E o melhor é que faz muito sentido. Belo é tudo aquilo que te dá prazer em olhar, em ouvir, em sentir, em provar. Por isso que é belo agrada. A atração que a beleza exerce está diretamente ligada ao gozo. Por isso também divergimos tanto um do outro ao discutir o que é ou deixa de ser belo.

Não conheço melhor definição de beleza e não concebo a vida sem o belo.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Sinceramente



Tava procurando um vídeo no You Tube com a musica do post passado e sem querer achei essa musica. É do Cachorro Grande, mas quem cantava era o Skank. Esse é o link: http://www.youtube.com/watch?v=XFL6jgb5o7k


"Sinceramente você pode se abrir comigo Honestamente eu só quero te dizer: Que eu acertei o pulo quando te encontrei

Eu sei a palavra que você deseja escutar Você é o segredo que eu vou desvendar Você acertou o pulo quando me encontrou

E então o nosso mundo girou

Você ficou e a noite veio Nos trazer a escuridão E aí, então, eu abri meu coração Porque nada é em vão

Gostei do seu charme e do seu groove Gostei do jeito como rola com você Gostei do seu papo e do seu perfume Gostei do jeito como eu rolo com você"

- Cachorro Grande

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Antitelejornal

Almoço quase todos os dias num restaurante a quilo perto do trabalho. Tem uma tv que fica ligada o tempo todo, no jornal do meio dia. Normalmente eu sento longe da tv, pra almoçar tranqüilamente. Ontem, no entanto, sentei bem perto e não pude deixar de prestar atenção. A primeira notícia ainda falava da menina seqüestrada pelo namorado, depois passou uma reportagem sobre uma criança que foi achada morta dentro de uma mala. Parei de prestar atenção, me concentrei na conversa e abstraí o jornal. No fim do dia, já indo pra casa, liguei o som do carro e essa musica estava tocando. Só aí prestei atenção na letra e entendi tudo!

"Hoje nasce meu filho
Hoje vou me casar
Hoje dentro do espelho
Vou poder enxergar
Pais, mães, irmãos
Ruas, bairros, cidadelas
E o quintal dos corações
Onde moram as coisas belas

Hoje vou namorar
As solteiras e as casadas
As jovens, as carquebradas
As lindas e as descuidadas
Meu amor vai se espalhar
Pelas camas e calçadas
Nas prisões e condomínios
Nas favelas e esplanadas

Sem farsa, conchavo, sem guerra
Sem malta, corja ou trapaça
A vida é um drible ágil
Entre as pernas da desgraça
Eu vou

Hoje eu vou inventar
O antitelejornal
Pra passar só o que é belo
Pra passar o essencial, eu vou

Hoje andarei sobre as flores
Amarelas do ipê
Espalhadas pelo chão
Antes de anoitecer
Cantarei no meu velório
Dançarei nos braços da vida
Dormirei com a minha ama
Vida boa de ser vivida

Sem farsa, conchavo, sem guerra
Sem malta, corja ou trapaça
A vida é um drible ágil
Entre as pernas da desgraça
Eu vou

Hoje eu vou inventar
O antitelejornal
Pra passar só o que é belo
Pra passar o essencial, eu vou"

-Skank

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Cara Nua



Dá pra ter várias interpretações diferentes quando se ouve essa música. Do último disco do Skank, está entre as minhas preferidas. A letra é bonita, a música também. Lembro que quando eu estava escutando o CD pela primeira vez fiquei voltando e ouvindo essa musica várias vezes, pra decorar a letra toda.

"Eu saí de casa, a rua colorida
Fantasias, foliões conseguem me mostrar
Que um rosto sem máscara
Esconde mais com a cara nua
Sempre tem um sorriso largo
Mostrando o que não é
Uma máscara perdida nesse chão
Tem a forma do seu rosto
Que só finge por aí
Escondendo uma palavra
Mente a todas as canções
Cada frase inicia um discurso de ilusões
Que dia é esse que só nasce pra você?
Quando chega o carnaval
Mais ninguém te encontra
Pra você são só uns dias
E você quer ter a vida inteira
Coma cara toda nua
Brincar com quem quiser"
- Skank

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Miedo

Todo mundo as vezes tem medo, medo de várias coisas. Quando a gente para pra pensar quanta coisa a gente deixa de fazer por medo, dá pra se assustar. Queria não ter medo de nada, mas não é assim que as coisas funcionam. O medo também protege a gente. Não sei quando é bom ter medo, não sei nem se é bom ter medo. Só sei que as vezes eu tenho.

"Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tienen miedo de subir y miedo de bajar
Tienen miedo de la noche y miedo del azul
Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor

Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá

Tenho medo de acender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar

Tienen miedo de reir y miedo de llorar
Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienen miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave, que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor

El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar

Medo de olhar no fundoMedo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinhoDe perder a rédea, a pose e o prumo

Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo
Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão

O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão

Medo de fechar a cara
Medo de encarar
Medo de calar a boca
Medo de escutar

Medo de passar a perna
Medo de cair
Medo de fazer de conta
Medo de dormir

Medo de se arrepender
Medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez

Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo... que dá medo do medo que dá
Medo... que dá medo do medo que dá"
- Lenine

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Temporada das Flores

Achei essa foto, lembrei dessa musica.



"Que saudade!
Agora me aguardem
Chegaram às tardes de sol a pino
Pelas ruas
Flores e amigos
Me encontram vestindo
Meu melhor sorriso

Eu passei um tempo
Andando no escuro
Procurando
Não achar as respostas
Eu era a causa
E a saída de tudo
E eu cavei como um túnel
Meu caminho de volta

Me espera, amor
Que eu estou chegando
Depois do inverno
É a vida em cores
Espera, amor
Nossa temporada das flores

Eu te trago
Um milhão de presentes
Que eu achava
Que já tinha perdido
Mas estavam
Na mesma gaveta
Que o calor das pessoas
E o amor pela vida

Me espera
Estou chegando com fome
Preparando o campo
E a alma pras flores

E quando ouvir
Alguém falar no meu nome
Eu te juro que pode
Acreditar nos rumores

Me espera, amor
Que eu estou chegando
Depois do inverno
É a vida em cores
Espera, amor
Nossa temporada das flores

Que saudade!
Agora me aguardem
Chegaram às tardes de sol a pino"

- Leoni

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Vento e Vela

Sem muita criatividade... Na hora que pensei em escrever alguma coisa aqui me veio essa música na cabeça. Herbert sempre me ajuda nessas horas. O nome dessa musica é "Une chanson triste".

"Tem dias como esse
Que parecem não ter fim
Há cinzas tão escuros
Quanto o azul que há em mim
Tem dias que a tristeza vem
E estende um véu em tudo que há aqui


Queria ter certeza
Que alguém vai ouvir
Mas todos nessa mesa
Um dia têm que partir
Uns dias numa igreja e quem sabe
Eu me tornasse um dos fiéis


Tanto mar
Me dê vento e vela
Ou razão pra ficar."


- Herbert Viana

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Azeda!

Hoje eu acordei mais azeda que suco de limão com casca e sem açúcar. Ontem foi daqueles dias que a gente não devia nem levantar da cama de manhã, só pra evitar... Bem, levantei, fiz o jogo do contente até não poder mais e descontei dando patadas em quem merecia e em quem não merecia também. Faz parte da vida... às vezes isso acontece. Esse poema abaixo é um dos meus preferidos também, de um cara que vivia de mal com a vida. Lembrei dele hoje, exatamente por estar azeda.

" Vês! ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimer
a.
Somente a ingratidão-esta pantera-
Foi tua companheira inseparável.

Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo, acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!"


- Augusto dos Anjos

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Mamma Mia!

Ontem foi a quinta das meninas e nada mais justo do que ir no cinema assistir um filme de meninas. Assitimos, eu e Luli, Mamma Mia. É lindo! Um musical água com açúcar super divertido. Dá vontado de sair dançando com os personagens durante o filme. A música que dá nome ao filme é essa aí abaixo. É massa!

"I've been cheated by you
since I dont know when.
So I made up my mind, it must come to an end
Look at me now, will I ever learn?
I don't know how but I suddenly lose control
There's a fire within my soul
Just one look and I can hear a bell ring
One more look and I forget everything

Mamma mia, here I go again
My my, how can I resist you?
Mamma mia, does it show again
My My, just how much I've missed you?
Yes, I've been broken-hearted
Blue since the day we parted
Why, why did I ever let you go?
Mamma mia, now I really know
My my, I could not have let you go

Look at me now
Will I ever learnI don't know how
But I suddenly loose control
There's a fire within my soul.
Just one look and I can hear a bell ring
One more look and I forget everything

Mamma mia, here I go again
My my, how can I resist you?
Mamma mia, does it show again
My, my, just how much I've missed you?
Yes, I've been brokenhearted
Blue since the day we parted
Why, why did I ever let you go?
Mamma mia, now I really know
My my, I should not have let you go

What the hell are you all doing here?
Well I'd love to stop and chat, but I
have to go and clean out my
handbag: or something

Age does not wither her.

I was expecting a rather shoutmatron

No she's still Donna.

Just one look and I can hear a bell ring
One more look and I forget everything

Mamma mia, here I go again
My my, how can I resist you?

Mamma mia, does it show again
My, my, just how much I've missed you?

Yes, I've been brokenhearted
Blue since the day we parted
Why, why did I ever let you go?
Mamma mia, now I really know
My my, I should not have let you go"

-Benny Andersson and Bjorn Ulvaeus

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Experiência

Recebi esse texto por e-mail há algum tempo... Diz a lenda que foi escrito para uma entrevista de emprego numa empresa multinacional por um candidao indagado sobre suas experiências numa redação. Eu não até que ponto isso é verdade, nem sei quem escreveu, mas é bonito o texto. E como hoje eu estou sensível, ele caiu certinho!!! É só uma parte, mas a parte que eu mais gosto.

"Já fiz cosquinha na minha irmã só para ela parar de chorar.
Já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto.
Já conversei com o espelho e até brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés para fora.
Já passei trote por telefone.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já confundi sentimentos.
Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro.
Já me cortei fazendo a barba apressado.
Já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas
descobri que essas são as mais difíceis de esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar as estrelas.
Já subi em árvore pra roubar fruta.
Já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas.
Já escrevi no muro da escola.
Já chorei sentado no chão do banheiro.
Já fugi de casa pra sempre e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando.
Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas, sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado.
Já me joguei na piscina sem vontade de voltar.
Já bebi uísque até sentir dormente os meus lábios.
Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei o meu lugar.
Já senti medo do escuro.
Já tremi de nervoso.
Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua.
Já gritei de felicidade.
Já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um 'para sempre'pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a lua virar sol,
Já chorei por ver meus amigos partir, mas descobri que logo chegam novos e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.

..."

- Autor Desconhecido

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Morena de Angola

Toda fez que ouço essa musica lembro do meu pai. Eu até comprei uma tornozeleira com um guizo por causa dela!!! E meu pai, agora informatizado, me mandou uma mensagem no msn pra avisar o número novo do celular dele. Lembrei da música de novo...

"Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela?
Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela?

Será que a morena cochila escutando o cochicho do chocalho?
Será que desperta gingando e já sai chacoalhando pro trabalho?
Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela?

Será que ela tá na cozinha guisando a galinha cabidela?
Será que esqueceu da galinha e ficou batucando na panela?
Será que no meio da mata, na moita a morena ainda chcoalha?
Será que ela não fica afoita pra dançar na chama da batalha?

Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Passando pelo regimento ela faz requebrar a sentinela

Iá, iá, iáIá, iá, iáIá, iá, iáIá, iá, iá

Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela?
Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela?

Será que quando vai pra cama a morena se esquece do chocalho?
Será que namora fazendo cochicho com seus penduricalhos?
Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela?

Será que ela tá caprichando no peixe que eu trouxe de benguela?
Será que tá no remelexo e abandonou meu peixe na tigela?
Será que quando fica choca põe de quarentena seu chocalho?
Será que depois ela bota a canela no nicho do pirralho?

Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Eu acho que deixei um cacho do meu coração na catundela

Iá, iá, iáIá, iá, iáIá, iá, iáIá, iá, iá

Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Morena, bichinha, danada, minha camarada, vem me velar"

- Chico Buarque

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ouvir Estrelas

Quem nunca ouviu estrelas? Esse com certeza é um daqueles que eu gostaria muito de ter escrito e que da primeira vez que li fez todo o sentido pra mim...


"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizes, quando não estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

- Olavo Bilac

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A insustentável leveza, de novo...

Bem, tem várias passagens desse livro com as quais eu concordo plenamente. Essa é outra delas. É interessante a maneira como ele coloca as coisas de maneira bem simples e clara. Acho que se aplica tanto a homens quanto a mulheres, apesar do exemplo do livro ser um homem. Pelo menos, se aplica a mim, com certeza!

"Tomas pensava: deitar com uma mulher e dormir com ela, eis duas paixões não somente diferentes mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma série inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (esse desejo diz respeito a uma só mulher)."

- A insustentável leveza do ser - Milan Kundera

Bom é quando faz mal

Algumas músicas falam sobre isso, mas essa é a que eu mais gosto!!! Ela é um pouco maior, mas essas são as melhores partes.

"Tá fazendo o que em casa?
Por acaso esta doente?
Ver TV é deprimente, não tem nada mais sem graça
Bom de noite é ir pra rua
Mesmo quando está chovendo
Eu que nunca me arrependo
Tá errado, eu tô fazendo
Vai saber o que é normal?
Só que eu posso lhe dizer:
Bom é quando faz mal

...

Conseqüência qualquer coisa traz
Quando é bom nunca é demais
E se faz bem ou mal tanto faz, tanto faz, tanto faz"

- Matanza

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Dos amores que eu tive...

Há muito tempo conhecia os dois últimos versos desse soneto de Vinícius, mas depois de ler ele completo que as coisas começaram a fazer sentido. Hoje posso dizer que é um dos meus preferidos.

"De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.


E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."


- Vinícius de Moraes

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O peso ou a leveza?

Tô lendo esse livro de novo. E cada vez que eu leio parece que é a primeira vez. Um dos motivos pelo qual eu gosto dele é esse trecho, logo no início:

"O mais pesado dos fardos nos esmaga, nos faz dobrar sobre ele, nos esmaga sobre o chão. Na poesia amorosa de todos os séculos, porém, a mulher deseja receber o peso do corpo masculino. O fardo mais pesado é, portanto, ao mesmo tempo o a imagem da mais intensa realização vital. Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais ela é real e verdadeira.

Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, com que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semi-real, que seus movimentos sejam tão livres quanto insignificantes.

Então, o que escolher? O peso ou a leveza?"

- A insustentável leveza do ser, Milan Kundera

Eu!

Minha mãe ouviu essa música logo depois de descobrir que estava grávida. Foi assim que ganhei o meu nome. Achei uma boa maneira de começar as coisas...

"Lua,
Espada nua
Boia no céu imensa e amarela
Tão redonda a lua
Como flutua
Vem navegando o azul do firmamento
E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer
Luiza
Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado
Um aprendiz do teu amor
Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração

Vem cá, Luiza
Me dá tua mão
O teu desejo é sempre o meu desejo
Vem, me exorciza
Dá-me tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo
E um raio de sol
Nos teus cabelos
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luiza
Luiza
Luiza"

Tom Jobim