quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Azeda!

Hoje eu acordei mais azeda que suco de limão com casca e sem açúcar. Ontem foi daqueles dias que a gente não devia nem levantar da cama de manhã, só pra evitar... Bem, levantei, fiz o jogo do contente até não poder mais e descontei dando patadas em quem merecia e em quem não merecia também. Faz parte da vida... às vezes isso acontece. Esse poema abaixo é um dos meus preferidos também, de um cara que vivia de mal com a vida. Lembrei dele hoje, exatamente por estar azeda.

" Vês! ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimer
a.
Somente a ingratidão-esta pantera-
Foi tua companheira inseparável.

Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo, acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!"


- Augusto dos Anjos

Nenhum comentário: