terça-feira, 23 de março de 2010

Dialogo

Diálogo durante o jantar de ontem:
- Luiza, não sei como você consegue perder tanto tempo na internet com essas coisas de blog, twitter e fazeninha virtual. Dá pra matar a vaca virtual e fazer churrasco virtual?
- Não, não dá, a vaca virtual só da leite virtual e bezerro virtual.
- Você pelo menos vende o bezerro virtual?
- Não, o bezerro você dá pros seus amigos/vizinhos. O leite só que pode vender.
- Não consigo entender isso...
- Eu gosto, tá? Me divirto, passo o meu tempo, relaxo e nem preciso gastar nada pra isso.
- ... (olhando pra mim com cara de quem está refletindo)
- Que foi?
- Poisé, meu amor, adoro essa sua fazendinha. Muito melhor que passar o sábado inteiro no shopping. São duas coisas inúteis mas pelo menos da fazendinha você não chega em casa no fim do dia cheia de sacolas e reclamando que as pernas estão doendo de tanto andar.

segunda-feira, 22 de março de 2010

A Charrete e A Montanha

Fazer e refazer. E o ciclo nunca se fecha. Não gosto de pensar em nada na vida como um círculo fechado que começa e termina no mesmo lugar. Não me conformo com a idéia de andar tanto e terminar no ponto de onde parti. Me lembro então do meu pai me explicando, como um professor à um aluno, com quadro negro e tudo.

Ele desenhou uma montanha e uma charrete na base dessa motanha. Depois desenhou a mesma charrete em varios outros pontos da montanha, subindo de um lado e descendo do outro. Então ele me disse: "Imagina que esse ponto na roda da charrete é o ponto da sua vida onde você está agora. Se a gente olhar só a roda rodando, sem ver o resto em volta, vai achar que esse ponto gira e volta sempre pro mesmo lugar. Mas olha agora o desenho todo. Tá vendo que, mesmo que o ponto gire e volte pro mesmo lugar, o movimento que ele impulsiona na roda faz a charrete subir a montanha? E depois descer? Quando você olha de novo o ponto lá no final desse caminho percebe que por mais que em relação à roda esse ponto não tenha se deslocado, em relação ao caminho percorrido o avanço foi muito grande. Você chegou a outro lugar, completamente diferente."

Sempre que bate o desespero de achar que as coisas vão e voltam mas não saem do lugar eu penso na roda da charrete e fico mais tranquila.

"E o que você viu e aprendeu no caminho só você pode saber, por que a sua charrete faz é só seu", disse meu pai, completando sua reflexão filosófica para uma menina de uns oito ou nove anos sentada, quieta, de boca aberta e sem saber que um dia aquela lição seria uma das mais importantes de toda a sua vida.

terça-feira, 16 de março de 2010

Felizes para sempre

Já perceberam como as vezes a gente está completamente feliz, satisfeito, achando a vida uma maravilha e na outra semana o mundo desaba, as dúvidas quanto ao futuro te atormentam profundamente? E logo depois, ou não tão logo mas depois, alguma coisa acontece e te faz voltar a acreditar na vida e na pureza do ser humano. Não que tudo tenha voltado a ser lindo, quase idílico, mas a esperança, que você achava que estava morta e enterrada, volta das cinzas como a fênix o Harry Potter e pinga aquela lágrima mágica que não cura tudo mas aquece a alma um pouquinho. E o ciclo continua inefinidamente.

Acho que isso acontece por que nós crescemos nessa cultura do felizes-para-sempre e nós sempre esperamos esse final feliz para nós mesmos... ...e ele nunca chega.

E o pior de tudo é que, mesmo sabendo que ele não existe e não vai chegar nunca, a gente sempre fica esperando.

sexta-feira, 12 de março de 2010

As vezes eu gosto de fazer loucuras. Na hora a gente se empolga e vai em frente. Logo depois rola aquele pensamento conservador e restritivo que te faz questionar se você fez uma loucura ou uma merda. Aí passam uns dois dias, você deixa pra lá e prefere nem pensar no assunto. Uma semana depois você começa a se divertir com as lembranças. Mais uma história pra contar amanhã.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Qual o limite da paciência?

Nunca soube responder a essa pergunta. Para algumas coisas a minha paciência é enorme. Para outras, curtíssima. E depois que o limite é atingido, aí pode ter certeza que a paciência vai embora e não volta mais.

Esse fim de semana eu quase perdi completamente a minha paciência. No fim das contas isso é bom. Assim a gente impõe melhor os nossos limites. Assim as pessoas percebem que a gente também é gente e tem opinião e vontade própria.

Nunca pensei que ia achar um lado bom em ficar sem paciência.